domingo, 7 de novembro de 2010

Chuva


Se as palavras fossem chuva,

E as chuvas palavras.

Os poemas se fariam

Do barulho, da colisão,

Da água batendo na cabeça do poeta.


Talvez fossem tempestades inverno...

Não, não!

Prefiro as chuvas de verão.

Sim, poemas seriam chuvas de verão no Equador!


Que depois do calor,

Cairiam pra refrescar

Ou pra mais esquentar

E no outro dia choveria novamente.


No verão aqui,

Os poetas ficariam coradinhos

E aguardariam com ansiedade o fim de tarde...


Talvez Paraty recebesse mais gente em Março,

E a festa mudasse de data.


Eu que já adoro uma chuva

Iria até aprender a dança,

Viraria devota de São Pedro,

E nunca moraria no Sertão!


Meu nariz seria viciado em cheiro de terra molhada...



Tainara Coutinho