Quero o comum
E o particular,
Escrevo coisas comuns
Quando penso em algo singular.
Faço do significado de outros,
Semelhante ao meu.
E o leio os deles, daqueles e seu...
Dando o sentido do meu eu
Minha propriedade
Alegria, tristeza...
Universal não se faz.
Não consigo o impessoal jamais.
Quero os detalhes de todos
Não quero que limitem os meus
Quero todo de outros
Não quero entendam pedaços do meu
Comigo, tempo seu, contigo, lugar meu.
Pronome, posse, interpretação e mais...
Mal entendido,
O que deveria ser dito?
Adjetivo ou substantivo?
Pedaço, completo...
Prosa e verso.
Vou definir, fotografar.
Criar um objeto só de falar...
Brotando da minha boca com a definição
Coisa, forma, cor... Tinta!
Como uma receita ser a seguida.
Puro, concreto
Com passado, presente...
Sem qualquer contexto ausente.
Definindo assim
Preocupação não há...
Com tom,
Com o gesto, com a mão.
Falarei com palavras e pronto.
Serei mudo.
Mil imagens por cada palavra.
Livre de qualquer ambiguidade.
Haverá clareza no meu tema,
Será única a interpretação desse poema.
Um dicionário, em verso, não subjetivo.
E sem razão de ser lido.
Tainara Coutinho