quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Dicionário!


Quero o comum

E o particular,

Escrevo coisas comuns

Quando penso em algo singular.


Faço do significado de outros,

Semelhante ao meu.

E o leio os deles, daqueles e seu...

Dando o sentido do meu eu


Minha propriedade

Alegria, tristeza...

Universal não se faz.

Não consigo o impessoal jamais.


Quero os detalhes de todos

Não quero que limitem os meus

Quero todo de outros

Não quero entendam pedaços do meu


Comigo, tempo seu, contigo, lugar meu.

Pronome, posse, interpretação e mais...

Mal entendido,

O que deveria ser dito?

Adjetivo ou substantivo?


Pedaço, completo...

Prosa e verso.


Vou definir, fotografar.

Criar um objeto só de falar...


Brotando da minha boca com a definição

Coisa, forma, cor... Tinta!

Como uma receita ser a seguida.


Puro, concreto

Com passado, presente...

Sem qualquer contexto ausente.


Definindo assim

Preocupação não há...

Com tom,

Com o gesto, com a mão.

Falarei com palavras e pronto.


Serei mudo.

Mil imagens por cada palavra.

Livre de qualquer ambiguidade.


Haverá clareza no meu tema,

Será única a interpretação desse poema.


Um dicionário, em verso, não subjetivo.

E sem razão de ser lido.

Tainara Coutinho