quinta-feira, 26 de março de 2009

Lágrimas da Alma.

Tentar enxergar a própria alma

É sinal que o sublime é cárcere...

Loucura profunda se torna

Quando procuras a resposta dentro de si


Pelo próximo momento...

A alma sente falta

De algo rotineiro

Que se desfez tão ligeiro no ar...

Razões são buscadas

Pela sua insistência.


No Preto ou no colorido de seu pensamento

Viver sem cor fica

Branco então, tudo se transforma...


Mergulhar nas drogas talvez seja a solução...

Mas ninguém tomou uma overdose de felicidade

(...) Pelo menos ninguém chegou ao céu com esse sintoma!


E então, tristeza mais perto fica...

Viver longe dela é viver

Porém, vencê-la plenamente é morrer...


Pois quando o duelo não existe mais

A alma entra em sinfonia com o céu

O humano necessita da vitória e da derrota desse complexo sentimento

Em seus momentos vividos


E aqui jaz mais um louco...

Acreditando ser a sua derrota eterna

Preferindo apatia á luta.


Logo com sua alma morta,

Caminhar perde o sentido...

Paras de caminhar, viras um morto - vivo.

Deixando a insanidade transparecer

Em sua feição ruim...


E a caneta, cuja tinta acabou...

Enquanto transcrevia este poema

Torna-se mais primordial que seu pobre viver!


Buscar Brancas justificativas

É feri-se, ferir ao seu mundo

E aquele vira mesmo sem você!

Tainara Coutinho

quarta-feira, 11 de março de 2009

Ao Longe os Barcos de Flores

Só, incessante, um som de flauta chora,
Viúva, grácil, na escuridão tranqüila,
- Perdida voz que de entre as mais se exila,
- Festões de som dissimulando a hora

Na orgia, ao longe, que em clarões cintila
E os lábios, branca, do carmim desflora...
Só, incessante, um som de flauta chora,
Viúva, grácil, na escuridão tranquila.

E a orquestra? E os beijos? Tudo a noite, fora,
Cauta, detém. Só modulada trila
A flauta flébil... Quem há-de remi-la?
Quem sabe a dor que sem razão deplora?

Só, incessante, um som de flauta chora...

Camilo Pessanha

segunda-feira, 2 de março de 2009

Simples 18 anos!


Com malas prontas ou não, essa noite realizei uma viagem. Confesso que minha bagagem nem se compara com a do meu pai, só algumas camisas e cuecas no fundo da bolsa. Nem aeromoça muito menos comissária de bordo que pela manhã, ainda que nem abrisse os olhos direito, me informou que eu havia chegado ao meu lugar de destino. Foi a minha mãe que cantou aquele caloroso e agudo parabéns. Hoje completei 18 anos, e essa viagem não tem mais volta.

Minha consciência me informou que já não me cabe mais gracinhas nem caprichos. Se estou pronto?! Isso já não é mais discutível. O meu tempo passou, e as responsabilidades são tantas que eu não quero nem lembrar. Dezoito anos e eu ainda nem respondi minhas próprias perguntas. Ocupei meu tempo com brincadeiras que de certa forma fugiam das repostas.

Não sei em que sou bom ou ruim, não virarei cientista hoje ou talvez dia nenhum. A única coisa que realmente sei é a minha idade, que não para de ser lembrada por mim mesmo. Até agora não constitui família, nem mulher pra casar eu tenho, talvez um dia terei ou morrerei solitário, quem sabe?!

Informações eu tenho de sobra, mas ainda não me tornei um homem. Se eu tivesse que conceber-me um adjetivo seria “frangote”.Determinação eu tenho, só não sei onde usar.

“ O senhor que nada sabe sobre a vida”, eu mesmo, refletiu essa manhã sozinho sobre o tempo, sem nenhuma resposta lógica, mas seguindo um raciocínio que não tem nada de filosofia pelo contrário tem muito de senso comum.

Não estou triste por crescer, mas sim por ainda não estar pronto para enfrentar o mundo.

Eu, a autora, ainda não completei 18 anos. Isso é coisa daquele meu pseudônimo que vive por perturbar a minha imaginação, mas conto com ansiedade e insegurança os meus 30 dias restantes para enfrentar o mundo.

Pseudônimo: Bernardo Goslar

Tainara Coutinho

16/05/2007