domingo, 31 de outubro de 2010

Banho de Bicho



Vou limpar o meu dentro

Jogar fora de mim tudo que excede

O que borbulha, o que transborda, enfim

O que me faz ser levado via vento.


Vazio estando,

Limitarei certas bobagens

Como esse modo, esse escrever...

Que trazem inquietação

E nenhuma vantagem!


Entender e ser satisfeito,

Ser tranquilo, ser comum, ser direito


Sem letra, sem ritmo, sem intuição, só ditas palavras.

Com emoção no exato tempo.

Mas ter o cartesiano a qualquer momento!


Não ficar mais por ai quieto

E também gritando,

Arrumando as palavras

E depois as trocando.


Escolherei as partes e não todo,

Verei o certo e não torto,

Entre um ser o objetivo, e não o outro.


Só assim levarei a vida mansa e sonhada...

Tão comum e cheia de gente...


Serei igual e indiferente

Para coisas que todos vêem...

E eu em singular hoje sinto!


Darei lugar à razão

Que nunca me visitou como se deve.


Escrever o técnico, o objetivo e sem defeitos...

Ser o que esperam de mim,

Um bicho contido, racional e perfeito.

Tainara Coutinho