Vou limpar o meu dentro
Jogar fora de mim tudo que excede
O que borbulha, o que transborda, enfim
O que me faz ser levado via vento.
Vazio estando,
Limitarei certas bobagens
Como esse modo, esse escrever...
Que trazem inquietação
E nenhuma vantagem!
Entender e ser satisfeito,
Ser tranquilo, ser comum, ser direito
Sem letra, sem ritmo, sem intuição, só ditas palavras.
Com emoção no exato tempo.
Mas ter o cartesiano a qualquer momento!
Não ficar mais por ai quieto
E também gritando,
Arrumando as palavras
E depois as trocando.
Escolherei as partes e não todo,
Verei o certo e não torto,
Entre um ser o objetivo, e não o outro.
Só assim levarei a vida mansa e sonhada...
Tão comum e cheia de gente...
Serei igual e indiferente
Para coisas que todos vêem...
E eu em singular hoje sinto!
Darei lugar à razão
Que nunca me visitou como se deve.
Escrever o técnico, o objetivo e sem defeitos...
Ser o que esperam de mim,
Um bicho contido, racional e perfeito.
Tainara Coutinho